Produtores de quatro Estados do Nordeste estão entre os participantes da feira que segue até amanhã
Quixadá. Começou ontem a 36ª Exposição de Ovinos e Caprinos do Ceará (Expocece). O evento, considerado o maior do Estado nesse segmento pecuário, segue até amanhã, no Parque Valdir Couto Dinelly, neste município. Segundo o representante da Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos (Acocece), Sérgio Almeida, entre as atrações da exposição estão a "Prova do Tambor", competição equestre de velocidade e habilidade, e uma culinária especial.
Durante os dias de evento serão expostos e comercializados animais reprodutores que podem chegar ao valor de R$ 60 mil, a matriz FOTO: ALEX PIMENTEL
Apesar da programação competitiva e gastronômica, o volume de negócios esperado, da ordem de R$ 2 milhões, é maior atrativo para os criadores do Ceará e outros quatro estados do Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Segundo o zootecnista Pedro Neto, coordenador de eventos da Agencia de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) nenhum animal havia chegado a Expocece com suspeita de doenças. Até o encerramento desta edição haviam sido inspecionados 411 ovinos, 267 caprinos, 33 bovinos e um pônei.
Como carneiros e ovelhas são animais susceptíveis à febre aftosa, sendo necessária a Guia de Transporte Animal (GTA), acompanhadas de exames e atestados, o trabalho da vigilância sanitária foi mais rápido. Segundo Pedro Neto, mesmo assim, havendo alguma suspeita, o animal é encaminhado para quarentena e somente após o diagnóstico é liberado.
Ele destaca que a equipe da Adagri, formada ainda pelos veterinários Edson Júnior e Nilton Carvalho, permanecerá no evento até o seu encerramento.
Atrativos
Conforme a organização da 36ª Expocece, mais de 2 mil animais de alta linhagem e cerca de 300 criadores, permanecerão na cidade de Quixadá até amanhã a noite. Todos ficam guardando o tradicional leilão, realizado pelo quinto ano consecutivo no pátio da Acocece. Alguns animais reprodutores podem chegar a R$ 60 mil, a matriz.
Os ovinos mais procurados são da raça Santa Inês e Dooper. Quanto aos caprinos há preferência pelo Boer e Anglonubiano. Os animais podem ser arrematados em até 24 parcelas.
Além dos animais, a Expocece oferece também outros atrativos. Através de parcerias formadas entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Acocece, os criadores têm a oportunidade de participar de oficinas sobre defensivos orgânicos, melhoramento genético, manejo sanitário e de casqueamento de ovinos e caprinos, esta última realizada pela equipe da Secretaria de Agricultura de Quixadá.
Todas as oficinas são realizadas no período da manhã. Estava prevista também apresentação sobre beneficiamento de pescado, promovida pela Cooperativa de Produtores na Economia Solidária, Pesca Artesanal, Aquicultura e Agricultura Familiar do Sertão Central (Coopescaf). O espaço é aberto ao público.
Nos últimos anos a 36ª Expocece também abriu espaço para os pequenos produtores, da agricultura familiar. Eles podem participar expondo seus animais, na maioria cabras leiteiras, um dos maiores potenciais econômicos desse setor em Quixadá.
Conforme uma das articuladoras do grupo de trabalhadores e trabalhadoras rurais, Rejane Duarte Arraes, além da produção de um enorme queijo, participam também do concurso leiteiro e comercializam produtos artesanais. "Mas este ano a novidade será a buchada de peixe, similar ao prato típico da gastronomia nordestina, feito com carne branca, mais saudável", acrescentou ela.
Diariamente há julgamento dos animais, por peso, postura e raça. Nesta sexta-feira, o concurso leiteiro de caprinos e bovinos continua até o fim da tarde. Pela manhã haverá concurso de galinhas e galos e a noite a escolha da Miss Expocece deste ano.
Amanhã à noite, antes da degustação do maior queijo de leite de cabra e do leilão, os premiados dos concursos de ovinos e caprinos serão premiados. Também será eleito o bode com a fantasia mais original. "Uma demonstração da irreverência do nordestino, mesmo diante de tempos difíceis", explicou uma das organizadoras da Exposição, Cleonora de Araújo.
Dificuldades
Sobre o atual momento da ovinocaprinocultura no Ceará, o presidente do Sindicato Rural da cidade, Fausto Fernandes, reconheceu as dificuldades enfrentadas pelos pecuaristas após um ano de intensa seca, referindo-se ao ano de 2012. Como ocorreu com o gado, o rebanho de pequeno porte também teve baixa entre 40 e 50%. Todavia, como novas técnicas de criação, incluindo o melhoramento reprodutivo, a silagem e o plantio de palmas forrageiras, em 2013 os efeitos foram menores.
"Mesmo assim há necessidade dos governos estadual e federal abrirem mais crédito, principalmente para os pequenos produtores e criadores".
ALEX PIMENTELCOLABORADOR
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