Ao menos 269 mil toneladas de
detritos plásticos flutuam na superfície dos oceanos do mundo, estimou uma
equipe internacional de pesquisadores em um estudo publicado nesta quarta-feira
(10) no periódico PLOS ONE.
A
contaminação por micro-plásticos está presente em diferentes concentrações em
todos os oceanos do planeta, mas os dados são insuficientes para diferenciar
com precisão o peso total dos micro e macro plásticos que flutuam nas
superfícies, indica o estudo.
Para
fazer a estimativa, especialistas de cinco países usaram dados recolhidos em 24
expedições realizadas entre 2007 e 2013 nos cinco principais giros
subtropicais, as costas australianas, a baía de Bengala e o Mediterrâneo.
Os
dados, referentes a micro-plásticos recuperados com redes e aos detritos de
plástico observados em campo, foram utilizados para calibrar um modelo
informático da repartição deste lixo nos oceanos.
Assim,
os pesquisadores estabeleceram em pelo menos 5,25 bilhões o número de partículas
de plástico nos oceanos, que pesariam cerca de 269 mil toneladas.
Os
grandes pedaços de plástico parecem estar mais perto das costas e reduzem de
tamanho quando estão próximos aos cinco grandes giros oceânicos.
Os
autores do estudo constataram, com surpresa, que os micro-plásticos estão longe
das zonas habitadas, como nas subpolares. Isto poderia sugerir que os vórtices
das correntes funcionam como trituradores dos grandes pedaços de detritos,
expulsando as partículas pequenas dos oceanos.
"Os
cinco giros subtropicais em que se acumulam os detritos plásticos não são o
destino final, sim os micro-plásticos resultantes que interagem com todo o
ecossistema oceânico", explicou Marcus Eriksen, diretor da pesquisa no
Instituto 5 Gyres, da Califórnia.
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