REPRESSÃO AO TRÁFICO - MAIS DE 2,4 TONELADAS DE DROGAS APREENDIDAS NO CEARÁ EM 2015

No mês passado, um avião monomotor foi apreendido em Canindé, quando transportava 400 kg de pasta-base de cocaína oriunda do Mato Grosso; dentro da aeronave foram encontradas rotas internacionais traçadas
FOTO: NAVAL SARMENTO
Mais de dois mil e quatrocentos quilos de drogas já foram apreendidos no Ceará pelas Polícias Civil, Militar e Federal nos quatro primeiros meses de 2015. O número é 38% superior à quantidade apreendida em igual período no ano passado. Em 2014, o número foi de aproximadamente mil e setecentos quilos.
De acordo com os delegados responsáveis pelas delegacias que combatem o crime de tráfico de drogas no Estado, os trabalhos em conjunto e o uso da tecnologia têm sido fundamentais para a obtenção dos resultados positivos no Ceará.
As forças policiais, juntas, apreenderam 1.750 kg de maconha, 70 kg de crack e 588 kg de cocaína entre janeiro e abril deste ano, somando 2.409 kg. Ano passado, a pesagem marcou 1.012 kg de maconha, 39 kg de crack e 691 kg de cocaína, atingindo 1.742 kg de entorpecentes capturados no Ceará.
As Polícias Civil e Militar foram responsáveis pela apreensão de 1.429 kg de drogas ante 980 kg capturados pela Polícia Federal em 2015. Ano passado a quantidade apreendida pelas forças de segurança estaduais marcou 934 kg, ante 808 kg da PF.
O titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, Janderlyer Gomes, destacou que a organização das quadrilhas especializadas no tráfico dificultam o trabalho policial, mas que isto vem sendo contornado gradativamente. "Apesar de ser uma tarefa muito difícil combater o narcotráfico, a Polícia tem investido em tecnologia, fiscalização e operações para desarticular estes grupos criminosos", disse.
Conforme o delegado federal, as ações de prevenção ocorrem em diversos lugares e em parceria com outras entidades, porém, somente a fiscalização dentro dos aeroportos resultaram na prisão de 21, dos 34 suspeitos detidos por tráfico de drogas no Ceará de janeiro a abril.
Respondendo pela Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) da Polícia Civil, o delegado Sérgio Santos destacou o aumento das investigações como motriz para os resultados.
"Temos equipes nas ruas de segunda a sexta, 24 horas. Temos investigações em andamento que, se for necessária movimentação de madrugada ou no fim de semana, temos equipe. Os traficantes estão sendo monitorados", destacou.
Rota das drogas
Um outro ponto principal destacado pelos delegados é a importância de saber de onde a droga vem e por onde ela chega ao Ceará. Vale destacar, por exemplo, a apreensão de 400 kg de pasta-base de cocaína que era transportada em um avião, em Canindé, no dia 15 de abril.
A PF tem realizado ações com intuito de inibir a entrada dessas drogas que ocorrem com mais frequência por vias aéreas e terrestres. Conforme Janderlyer Gomes, os narcóticos entram no Ceará por estados que fazem fronteira com países que exportam maconha, cocaína e skank (maconha produzida em estufas e com maior teor de THC). As drogas são oriundas do Paraguai, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia. Conforme o monitoramento realizado pela PF, elas entram no Ceará, principalmente, através do Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Pará.
Sérgio destacou o dinamismo do crime e frisou a importância da colaboração da população ao denunciar as quadrilhas.
"O tráfico não respeita divisas nem fronteiras. Ele atravessa estados e países. A gente passa fluxo de informação dentro da nossa estrutura, com a Polícia Militar. Mas nosso principal parceiro é a sociedade", disse.
Em relação aos recentes casos onde entraram no Ceará aeronaves particulares transportando drogas, a PF investiga os envolvidos e a construção de pistas de voos clandestinas que seriam exploradas por grandes facções criminosas.
Para enfraquecer o narcotráfico, a Polícia alerta que além da prisão dos chefes de quadrilhas, a apreensão de bens e bloqueio de contas são ações imediatas realizadas para enfraquecer os grupos criminosos. "Sem capital não há como eles se articularem", afirmou Gomes.
Levi de Freitas/Sara Sousa
Repórter/Colaboradora

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