O Papa Francisco chegou neste domingo (5) ao
Equador para sua visita à América Latina, onde também passará por Bolívia e
Paraguai, países "periféricos" marcados pela desigualdade, a pobreza
e décadas de opressão e humilhação. É a nona viagem internacional de seu
pontificado.
Ao desembarcar em Quito, o Papa foi recebido pelo
presidente do país, Rafael Correa. O pontífice pediu um "diálogo e
participação, sem exclusões", de acordo com a agência France Presse.
Francisco decolou às 9h (horário local, 4h em
Brasília) do aeroporto romano de Fiumicino e, após percorrer mais de 10.000
quilômetros, aterrissou no aeroporto Mariscal Sucre da capital equatoriana,
Quito, às 14h43 locais (16h43 em Brasília).
O país é atualmente palco de uma
série de protestos contra o presidente Rafael Correa, por causa
do aumento de impostos e da suposta autocracia do governo. Correa demonstrou
preocupação e definiu as manifestações como uma tentativa de estragar a viagem
do pontífice ao continente. Apesar disso, as ruas da capital estão tomadas por
cartazes com homenagens ao Sumo-Pontífice.
Francisco pediu que o Equador "enfrente os
desafios atuais, avaliando as diferenças, fomentando o diálogo e a participação
sem exclusões para que as conquistas em progresso que estão sendo conseguidas
garantam um futuro melhor para todos", informou a agência EFE.
E garantiu ao presidente do Equador, Rafael Correa,
que ele poderá contar com o compromisso e a colaboração da Igreja para
continuar avançando nessas questões.
Papa Francisco
recebe o carinho de crianças no Mariscal Sucre International Airport, em Quito,
no Equador. (Foto: AP)
Francisco foi recebido na saída do avião pelo
presidente do país e por crianças vestidas com trajes tradicionais. Após ouvir
o pronunciamento de Correa, o papa também solicitou "uma especial atenção
aos nossos irmãos mais frágeis e às minorias mais vulneráveis" que são "a
dívida da América Latina".
Agenda na América Latina
Até quarta-feira (8) de manhã, o Papa Francisco terá compromissos no Equador. Em Quito, ele visitará o Presidente da República no Palácio Presidencial “Carondelet”, dentre outros encontros. Também conhecerá a cidade de Guaiaquil, a maior do país.
Até quarta-feira (8) de manhã, o Papa Francisco terá compromissos no Equador. Em Quito, ele visitará o Presidente da República no Palácio Presidencial “Carondelet”, dentre outros encontros. Também conhecerá a cidade de Guaiaquil, a maior do país.
Papa Francisco
já está em Quito, no Equador. Forte vento arrancou seu solidéu (Foto: AP)
Em seguida, o pontífice viaja até a Bolívia, onde
também tem um compromisso com o presidente Evo Morales. No país, rezará a Santa
Missa na Praça Cristo Redentor, em Santa Cruz de la Sierra, e participará do II
Encontro Mundial dos Movimentos Populares, na Expo Feria. É esperado que ele
defenda os direitos dos indígenas no país.
E na sexta (10), o Papa Francisco desembarca em
Assunção, no Paraguai, para um encontro com o presidente Horacio Cartes e
outras autoridades, no Palácio de los López. Durante o sábado (11), passará
pelo Hospital Pediátrico “Niños de Acosta Nu” e rezará a Santa Missa na praça do
Santuário Mariano de Caacupé.
Para finalizar a visita à América do Sul, o
pontífice se encontra com os bispos do Paraguai, no sábado, no Centro Cultural
da Nunciatura Apostólica, e com jovens do país, na Avenida Costanera de
Assunção. Às 19 horas, ele retorna para Roma, na Itália.
Francisco, que completou 78 anos em dezembro,
tomará nada menos que sete aviões e pronunciará 22 discursos, em uma das
viagens mais "intensas" que fez desde que foi eleito Papa, em março
de 2013.
A visita do Papa Francisco ao seu continente natal
inclui três países em que boa parte da população é católica: Equador, Bolívia e
Paraguai têm mais de 80 por cento de fiéis. Apesar dos números expressivos, a
Igreja está perdendo seguidores para os grupos evangélicos protestantes da região.
Em setembro, ele retorna à América, desta vez a
Cuba e Estados Unidos, após sua mediação histórica para a reconciliação entre
os dois países e num momento em que seu prestígio continua a aumentar entre os
católicos em todas as Américas.
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