Cidade ÁGUA POTÁVEL Quilombolas sofrem sem abastecimento

Três dos sete chafarizes da Prefeitura de Pacajus para atender as famílias estão quebrados, e não há água encanada

A Comunidade Base, composta por remanescentes de quilombolas e localizada a cerca de 15 minutos de Pacajus - município da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) -, passa por graves problemas no abastecimento de água. Três dos sete chafarizes disponibilizados pela Prefeitura para atender as família estão quebrados, e a comunidade não conta com abastecimento de água encanada realizado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). A denúncia foi enviada por uma leitora do Diário do Nordeste através da ferramenta de interação VCrepórter.

A caixa-d´água do dessalinizador da comunidade estava sem higienização desde 2009. Com a falta de manutenção do equipamento, a água disponível para os moradores é salgada FOTO: Leonardo Bezerra

O pouco de líquido ainda disponível pela Prefeitura está em um reservatório na rua principal da comunidade, entretanto, ela é salgada. O dessalinizador, equipamento responsável por retirar o sal da água, está quebrado, segundo os moradores. Ainda segundo as famílias, o equipamento está constantemente em manutenção, contribuindo para que o dessalinizador acabe virando a última opção de fonte de água para os moradores.

Saída
Resta aos moradores recorrer a poços de uma propriedade particular. Angelina Ferreira da Silva, 34, pega semanalmente água no "cacimbão do seu Carlos", mas diz que nem sempre consegue voltar para casa com os reservatórios cheios. "Vou sem a certeza se vai ter algo", afirma. Apesar de ter encontrado um pouco de líquido em um dos poços na última sexta-feira (13), Angelina afirma que a água vai servir apenas para beber e cozinhar. "A água para tomar banho eu tiro aos sábados, com o meu marido, do Canal do Trabalhador", explica.

Apesar de a comunidade ter sido reconhecida como remanescente de quilombolas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o órgão do governo federal afirma que não tem nenhuma gerência no terreno até que todo o processo de demarcação das terras esteja finalizado. "A demanda da comunidade se refere, a princípio, apenas à regulação fundiária", informa José da Guia Marques, antropólogo do Incra do Estado do Ceará.

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