“Misericórdia é a palavra que liga Deus ao homem”, diz Dom Fernando na abertura da Porta Santa, em Crato.

A manhã deste domingo, dia 13 de dezembro, foi histórica para toda a Igreja e, de modo especial, para a Catedral de Nossa Senhora da Penha, em Crato- CE. Abertura da Porta Santa da Misericórdia, cerimônia presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Fernando Panico, contou com um rito especial preparado pelo Pontifício Conselho para Nova Evangelização e aprovado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. A liturgia católica, que vive o período do advento, celebrou o domingo “Gaudete” (ou da alegria). Durante celebração que antecedeu a abertura, Dom Fernando recordou à multidão de fiéis, presentes na Capela de Santa Tereza de Jesus, de onde, depois, partiu em cortejo processional, que “Misericórdia é a palavra que liga Deus ao homem”.
“Este é o Ano Extraordinário, dedicado para que a Igreja reflita sobre a misericórdia do Pai e, movidos pelos sentimentos da misericórdia de Deus, nós, também, no mundo em que vivemos, saibamos ser criativos e corajosos para buscar um mundo onde exista comunhão fraterna sem ódio, sem briga e sem guerra, onde os povos se respeitam nas famílias, nas comunidades, nas nações e na própria Igreja”, conclamou o pastor diocesano.
Cortejo processional em direção à Catedral Nossa Senhor da Penha. (Foto: Patrícia Silva)
Cortejo processional em direção à Catedral Nossa Senhor da Penha. (Foto: Patrícia Silva)
Conforme orientação do Papa Francisco na bula de convocação para o Jubileu, intitulada “Misericordiae Vultus”, cada Diocese, abriu, em seu território uma Porta Santa. Desse modo, a Sé Catedral, preparou uma porta especial, feita em bronze com “retábulos bíblicos”, que trazem cenas de Pentecostes, da Crucifixão de Cristo, da Divina Misericórdia, para que os fiéis possam perceber que não se trata de uma porta comum, mas uma porta cuja passagem possibilita avistar a imagem de Jesus Misericordioso, segundo explicou o Padre Edimilson Neves, cura da Catedral.
O rito de abertura começou na Capela de Santa Teresa de Jesus, onde foi iniciada celebração da Santa Missa com a proclamação do Evangelho, seguida de parte da leitura da bula do Papa Francisco. Depois, o cortejo processional partiu em direção à Igreja Catedral ao som da ladainha de todos os Santos. Na parte externa, aconteceu, então, a liturgia de abertura da Porta Santa quando o Dom Fernando proferiu algumas orações e, com três toques, abriu-a, solenemente. Segurando o Livro dos Evangelhos e o apresentando à parte externa e interna do local, o Bispo, pondo-se ao lado da porta, sinalizou o início da procissão. Após o rito de abertura e depois de Dom Fernando, o Bispo Emérito, Dom Newton Holanda Gurgel, subiu os dois degraus e foi o segundo a atravessar a Porta Santa.
Dom Newton Holanda Gurgel, Bispo Emérito da Diocese de Crato, com Dom Fernando Panico, Bispo da Diocese de Crato. (Foto: Patrícia Silva)
Dom Newton Holanda Gurgel, Bispo Emérito da Diocese de Crato, com Dom Fernando Panico, Bispo da Diocese de Crato. (Foto: Patrícia Silva)
Ao final da celebração da santa Missa, o secretário do Ano Jubilar na Diocese de Crato, Padre Edison Bantim, fez a proclamação das datas em que serão abertas as próximas Portas: na Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, e no Santuário da Divina Misericórdia, do Barro. Para o Padre, o ato é de grande importância, uma vez que nunca, na história da Igreja, em dois mil anos, nenhum Papa permitiu que se abrisse a Porta fora da cidade de Roma.
Após a leitura, Dom Fernando convidou à assembleia a saudar Nossa Senhora, a Mãe da Misericórdia, com o canto da “Regina Celi”, seguida de bênção conclusiva da celebração.
A Porta Santa
Na tradição cristã, a Porta Santa é o próprio Cristo, na explicação do Padre Edimilson Neves. Segundo ele, passar pela Porta Santa significa para os católicos o compromisso de renovação, convite para entrar, ainda mais, no Mistério do Cristo que é o Mistério da Vida.
Para a coordenadora diocesana da Pastoral da Juventude, Muriel Silva, faltam palavras para descrever o momento. “Às vezes eu nem consigo distinguir (a celebração), porque, até bem pouco tempo atrás, era algo exclusivo de Roma e, para vivenciar algo do tipo, você teria de ir ao Vaticano. Hoje, o Papa Francisco, nessa simplicidade de fazer chegar a todos a Igreja, é como se, cada vez mais, estivéssemos mais perto de Deus. Para mim, é um momento único, solene, de fato, e nos faz pensar que a Igreja, sim, precisa de cada um de nós”, considerou.
Fiéis passando pela Porta Santa. (Foto: Seminarista Árysson Magalhães)
Fiéis passando pela Porta Santa. (Foto: Seminarista Árysson Magalhães)
A mesma emoção foi partilhada pela coordenadora do Apostolado da Divina Misericórdia, da cidade de Porteiras, Tanha Dantas, que compareceu à celebração ao lado de outros devotos. Ela atravessou diversas vezes a Porta Santa, inclusive de joelhos. “É muita emoção”, dizia à amiga.
O estudante Jarllan Lima acredita que, tanto a abertura da Porta, quanto o Ano Santo, representam a abertura do próprio coração de Deus à humanidade pecadora. “Ao passar nós somos inseridos, realmente, dentro do coração e da misericórdia de Deus”, disse.
O Jubileu Extraordinário
O Jubileu ou Ano Santo é uma tradição católica que se iniciou em 1300, com o Papa Bonifácio VIII. Ao longo dos anos, a tradição atrai milhares de peregrinos para Roma em busca de renovação espiritual e a passagem de pecado para graça.
Os Anos Santos acontecem a cada 25 anos, e o último, realizado pelo papa João Paulo II, aconteceu em 2000. O Ano Santo de 2015 tem como tema “Misericórdia”, e deve terminar em 20 de novembro de 2016.
Tags: Ano SantoPorta SantaMisericórdia

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