Após
receberem ordem da Justiça, operadoras de telefonia fixa e móvel começaram,
após às 23h30 (horário de Brasília) desta quarta, a bloquear o serviço de
mensagens instantâneas WhatsApp. A ordem, da 1ª Vara Criminal
de São Bernardo do Campo, é que o serviço fique fora do ar em todo o País por
48 horas, a partir de 0h desta quinta (17).
Às 23h30, mensagens transmitidas
por 3G ou 4G começaram a travar. Usuários que navegavam por wi-fi, porém,
continuavam conseguindo usar o serviço. Até às 22h, o Sinditelebrasil,
associação que representa o setor, informou que as operadoras tentariam cumprir
a decisão no prazo definido.
Mas,
devido às dificuldades técnicas do bloqueio e ao impacto que ele causará no
serviço das operadoras, a Oi decidiu entrar com pedido de recurso. Se o pedido
sair até a meia-noite desta quarta, o bloqueio não será efetivado pela
operadora.
A Vivo
informou que não recorrerá da decisão. As demais operadoras não decidiram,
nesta quarta, se pediriam recurso. Quem não tiver recurso judicial e não
cumprir o bloqueio correrá o risco de multa e os representantes da operadora
podem ser presos.
Sem
comunicação
Em
ofício, a Justiça de São Bernardo do Campo lista todas as empresas, entre operadoras
de telefonia fixa e móvel, provedores de internet, e até empresa de cabos
submarinos que deveriam fazer o bloqueio.
Para
cumprir a decisão judicial, elas estavam, até as 22h, em uma operação de
guerra. Isso porque, tecnicamente, não é fácil bloquear o WhatsApp. Os acessos
feitos pelo aplicativo mudam as "digitais" em intervalos de tempo
bastante curtos, o que requer mais trabalho das equipes técnicas das empresas.
Apesar de
ser dona do aplicativo, o Facebook no Brasil não comentou o caso porque considera
o WhatsApp um negócio separado. A assessoria de imprensa do aplicativo nos EUA
não respondeu até as 22h.
Pirataria
As teles
já vinham reclamando ao governo que é preciso regulamentar o serviço do
aplicativo, que faz chamadas de voz via internet. Para elas, esse é um serviço
de telecomunicações e o WhatsApp, e demais aplicativos do gênero, não poderiam
prestar porque não são operadores.
Recentemente,
o presidente da Vivo, Amos Genish, disse em um evento que o aplicativo prestava
um serviço "pirata" e defendeu regulamentação. "Não tenho nada
contra o WhatsApp, que é uma ferramenta muito boa, mas precisamos criar regras
iguais para o mesmo jogo", disse.
"O
fato de existir uma operadora sem licença no Brasil é um problema",
afirmou Genish, em referência ao serviço de voz do aplicativo. Para o
executivo, o WhatsApp estaria funcionando, na prática, como uma operadora de
telefonia.
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