Isabel Bezerra uma centenaria com muitas histórias

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Completar 100 anos de existência é um presente de Deus. É com esse sentimento que os familiares de Isabel Bezerra de Menezes, conhecida por Dona Bebé, comemora neste dia 12 de dezembro, o seu centenário.
Apaixonada por escrever versos, a agricultora Dona Bebé, é sinônimo de vitalidade, sendo que os anos não a tem impedido de fazer suas tarefas cotidianas, como cuidar da casa e trabalhar com artesanato, profissão na qual se destacou nesses 100 anos, sendo sua especialidade tecer varandas de parede que servem para enfeitar redes de dormir.
Um dos fatos que mais chama a atenção no comportamento de Dona Bebé é que ela faz questão de exercer a sua cidadania, tendo votado em todos os pleitos eleitorais da cidade, sendo o último em 2012, nas eleições municipais. De acordo com a Justiça Eleitoral da cidade, Dona Bebé é a eleitora ativa mais idosa de Várzea Alegre.
Nesta quinta-feira, 12, Dona Bebé recebe familiares e amigos para um almoço de confraternização.
A História 
Isabel Bezerra de Menezes (Dona Bebé), nasceu no dia 12 de dezembro de 1913, no sítio Ingazeira, em Várzea Alegre, Ceará, filha de João Rocha de Morais e Maria Bezerra de Morais, tem 14 irmãos, sendo 9 falecidos.
Aos três anos, sua mãe faleceu, ficando ela sob os cuidados do pai e dos irmãos. Não demorou muito e seu pai tomou por esposa Maria Rocha de Morais, que o ajudou a criar os filhos.
Na juventude, Bebé se destacava pelos versos que fazia e contava, encantado familiares e amigos. A generosidade dos tempos da mocidade a acompanha até os dias atuais, sempre disposta a estender a mão ao próximo.
Com 21 anos de idade, Bebé se casou com Joaquim José de Sousa. O casal teve apenas um filho, chamado Vicente Bezerra. Após quatro anos de casada, seu esposo faleceu e ela passou a morar com Maria Cortina Rocha, sua irmã. Dois anos mais tarde, contraiu matrimônio com Alexandre Bezerra de Menezes “Seu Alexandre”, que também era viúvo e pai de oito filhos. O casal se mudou para o sítio Boa Vista e três dos filhos de Seu Alexandre passaram viver com os recém-casados. Da união de Dona Bebé e Seu Alexandre, nasceram mais quatro filhos: Laene, Ivone, Aurenir e Francisco.
Dona Bebé trabalhou muito para ajudar na criação dos filhos. Dentre as atividades que fazia trabalhava na roça, costurava, fiava e fazia varanda de parede.
Aos 60 anos de idade, Dona Bebé ficou viúva pela segunda vez. Seu Alexandre faleceu após trinta anos de casados, e depois do seu falecimento, Dona Bebé morou por mais cinco anos no sítio Boa Vista, se mudando depois, para a comunidade de Varzinha, onde mora até hoje, na companhia de sua filha Ivone.
Dos seus cinco filhos, Dona Bebé herdou vinte netos – um destes, in memoriam, trinta e um bisnetos e um tataraneto.
Alguns versos de Dona Bebé: 
Verso dedicado a sua irmã, Joana, escrito em 23 de agosto de 1962.
Joana sempre me agradava
Digo não é brincadeira
Mandou muita macaxeira
E batata quando arrancava
Joana era quem mandava
Mandou muito amendoim
Melancia e gergelim
Mas, tudo isso acabou-se
Depois que os meninos casou-se
Nada mais chegou pra mim 
Verso composto em 06 de maio de 2010, quando estava doente, em Canindezinho.
Vim aqui me despedir
De Maria e meus sobrinhos
De todos do Canindezinho
Que uma viagem eu tenho que ir
Muito breve em vou partir
Para a eternidade
Peço a Deus felicidade
Deus me dê à salvação
Mas, levo no coração
De vocês muita saudade
Verso escrito em 15 de setembro de 2011 para sua sobrinha Maria de Alda.
Maria eu vou te dizer
Me preste bem atenção
Eu já lavei toda a louça
Só não lavei o fogão
É preciso que eu te diga
Porque eu sou inimiga
De me sujar de carvão
Verso dedicado a Maria Bezerra, sua prima.
Bezerrinha a flor do jardim
Nascida na Ingazeira
Gostava de brincadeira
Noivou com Valentim
O casamento levou fim
Com Pedro ela se casou
Ficou viúva e cegou
Não teve felicidade
Hoje só sente saudade
Do tempo bom que passou
Verso composto em 2013, para sua sobrinha Maria Rocha, em 16 outubro.
Eu vou contar a vocês
O que foi que aconteceu
Que os planos de Raimundo
Porém esse não deu
Só por causa de Luiz
Maria Rocha não quis
E Raimundo entristeceu
Raimundo não fique triste
Não precisa imaginar
Que a coisa vai dá certo
Que eu vou lhe avisar
Não vou dizer ao contrário
No dia do meu aniversário
Vocês dois vão se casar.

Um comentário

  1. Cheguei na varzinha em 1988 com três anos de idade, fui morar vizinho de seu Valdetário adotando sua esposa como Ivone tia e sua sogra dona Bebé como vó. Foi lá que morei vinte e três anos recebendo os conselhos de "seu Valdetário" tia Ivone e vovó Bebé, hoje sou professor com muito orgulho e agradeço múito aos conselhos daquela família. Parabéns vovó Bebé pelo seu centenário, parabéns à família rocha por esse momento de comemoração e festa!!!

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